Durante toda esta turbulência das transformações que ocorrem hoje em dia, em destaque as de tecnologia, as empresas estão buscando administrar seus negócios e dar conta das exigências dos consumidores e da concorrência.
Mas como esta sua gestão hoje?
A gestão 1.0 é estruturada através de hierarquia rígida. No topo a minoria que detêm o poder e a tomada de decisão e abaixo a maioria que obedece.
Depois, a gestão 2.0 busca reduzir a rigidez e faz algumas melhorias propondo descentralização e o compartilhamento de idéias entre a base e o topo da pirâmide, mas com a mesma estrutura.
Já a gestão 3.0 é construída a partir da experiência de gestão das empresas de desenvolvimento de software (baseado no manifesto ágil). É uma metodologia de gestão que adota conceitos e uma nova abordagem de liderança de equipes objetivando o treino de lideres para promover organizações mais ágeis e colaboradores mais produtivos.
Agora, o estilo de gestão mais recente, gestão 4.0, é resultado dos impactos produzidos pela chamada 4ª revolução industrial que tem por resultado maior produtividade, redução de custos e, gestão com foco no cliente tudo baseado em bancos de dados gerados a todo instante por sistemas de controle que permitem uma rápida e mais acertada tomada de decisão.
Buscando ser mais objetivo e produtivo falarei apenas dos dois últimos estilos de gestão, pois, de certo, será mais útil.
Gestão 3.0
Não é mais um framework agile. Embora tenha se originado da experiência de gestores de desenvolvimento de software com conceitos da metodologia agile, que buscava derrubar os obstáculos burocráticos, teve seus resultados tão significativos que influenciou outros ramos de atividades a utilizar seus conceitos para aperfeiçoar os processos de gestão. Assim, lideres e gestores se tornariam mais ágeis e colaboradores mais produtivos.
Para que este estilo de gestão seja implementado, seis focos são necessários:
Motivar o capital humano – motivar e engajar o time para que, sendo a parte mais importante da empresa, estejam ativas e dispostas para serem produtivas;
Empoderar a equipe – segundo palavras do criador do método “gestores são como magos em historias de fantasia, ele ajuda o herói a vencer, mas não faz o trabalho para ele”. Com isso, coloca a idéia de que é preciso delegar atividades e dar confiança para que as equipes tenham capacidade de autogestão e liberdade para trabalhar. Contudo, isso deve ser gradual e de acordo com a maturidade do time. Para se testar o grau de maturidade do time siga a escala - contar ao time o que vamos fazer, vou consultar o time e depois decido, vou consultar o time e ele me dirá como devemos proceder, por fim delega completamente;
Alinhar restrições – a liberdade é essencial, porém no desenvolvimento das atividades todos devem saber (baseados nas metas e valores da empresa) por onde devem e podem seguir, logo os objetivos devem ser bem definidos seguindo o principio SMART (simples, mensurável, realizável, relevante, tempo determinado). Alem disso visão, missão, valores e compliance bem disseminados guiarão o time para o objetivo sem caminhos “tortos”;
Desenvolver competências – Feedback e reuniões produtivas com certeza farão diferença à medida que as orientações forem passadas tanto ao grupo como também individualmente. O trabalho é do grupo, mas as competências individuais precisam ser convergentes para o sucesso do time. E cabe ao gestor/líder orientar, estimular e desenvolver essas competências;
Crescer a estrutura – para o crescimento do negócio a estratégia e objetivo precisam estar bem definidos. E para atingir tais objetivos dependerá do trabalho dos times que precisa estar bem organizado e estimulado por metas a atingir. Metas essas dentro dos principio SMART;
Aprimoramento para melhoria contínua - Como falado anteriormente, reuniões e feedback são necessários para alem de trabalhar as competências, mas também para a melhoria contínua buscando sempre a redução de falhas e aumento da eficiência para se ter sucesso (PDCA).
Gestão 4.0
O conceito da gestão 4.0 foi inspirado ou orientado pela chamada 4ª revolução industrial baseada em convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas para dar conta das exigências das mudanças de comportamento do consumidor final e do mercado.
Antes processos e rotinas garantiam a estabilidade de uma empresa, o cenário mudou. O mercado exige soluções que possam ser personalizadas e cada vez mais específicas. O público final, cada vez mais exigente e informado, busca por soluções rápidas, eficientes e com alto poder tecnológico e de adaptação.
De forma super objetiva é uma administração que permite que as organizações interajam e trabalhem de acordo com as expectativas dos clientes, de modo a satisfazer suas necessidades, através de uma boa experiência de compra.
Mas para se chegar a isso é preciso proceder a uma modificação do mindset da empresa e utilizar ferramentas que tornem a administração mais flexível, interativa e aberta. Seus gestores/lideres passam a atuar como facilitadores/agregadores regendo as variadas competências e deixando de ser “o chefe”.
Alem disso a forma de buscar profissionais se alterou. Hoje a busca acontece por um “softskill”, ou seja, profissional com empatia, criatividade e coragem.
Como tudo isso foi basicamente gerado a partir de processos tecnológicos que tipo de ferramenta de tecnologia é necessário para a gestão 4.0 ?
Será necessário um conjunto de ferramentas que automatizem os processos para que os times possam não perder tempo com processos repetitivos, custosos e lentos para extrair informações.
Na gestão 4.0, o modelo de gerenciamento por setor segmentado já não serve mais. Visto que a empresa precisa estar focada em gerar as melhores experiências para o seu consumidor, e para isso as informações sobre algum comportamento deste consumidor precisam conversar não importando por qual setor foi gerada.
É fundamental o uso de sistemas que façam o gerenciamento de dados (BigData) para fazer a conexão entre eles e gerar informação e então descentralizá-las e compartilhá-las com os diferentes times. A idéia aqui não é fazer como em Business intelligence que via de regra se da carga dos dados ocorridos no dia anterior (d-1) e sim ter o dado e a informação o quanto mais próximo do tempo real.
Assim, insights importantes certamente serão gerados para a criação e execução de novas estratégias.
Alem disso, o conceito de omnichannel surge com força, pois o ambiente digital não serve somente para comunicação. A idéia é de que as estratégias de comunicação, em diferentes canais, não devem ser realizadas de modo paralelo, mas sim de forma convergente. Por exemplo, no varejo, as lojas têm pontos de venda físicos, sejam na rua ou em shoppings, mas também tenham e-commerce e, o mais importante, que o consumidor não perceba a diferenças entre os canais de consumo.
Em resumo, para a adoção da gestão 4.0 alguns itens básicos precisam ser considerados:
Encarar a tecnologia como aliada e não como obstáculo;
Domínio de tecnologia;
Foco nos valores da empresa e dos colaboradores;
Incentivo e oportunidade de desenvolvimento;
Atualização constante;
Foco na inovação e na produtividade;
Cuidado com a entrega;
Cuidado redobrado com o atendimento.
Então, qual o nível de gestão da sua empresa 1.0, 2.0, 3.0 ou 4.0?
Se não sabe, isso quer dizer que é melhor se apressar...
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